Uma vez mais, as notícias.

Na quarta-feira chegámos a casa e depois do banho do minorca ele quis ir adormecer no sofá. Lá fomos. Eu sentei-me no sítio do costume e ele deitou-se com a cabeça apoiada na minha perna. Coloquei-lhe uma mantinha de polar que não faço ideia como foi parar lá a casa (mas acho que foi num Delta Tejo que me foi oferecida). Calhou o logotipo da marca que a oferceu ter ficado para o lado da cabeça. Ao perceber que estava ali qualquer coisa levantou a cabeça, olhou com atenção e disse: "Mamã é das notícias!" A manta tem o logo da SIC.

Quem manda lé me casa...

Uma destas manhãs, como todas as manhãs, liguei a televisão na sala de jantar enquanto preparava o pequeno-almoço do G. Como sempre liguei na RTP1 para ver as notícias. Ele sentou-se na cadeira dele. Às tantas, estava a dar a meteorologia, e ele diz "mamã muda de canal". E eu pergtunto "Porquê?". Resposta na ponta da língua: "Porque quero ver as notícias."

Com sentido de humor

O meu filho deve vir a ter um sentido de humor apurado. Todos os dias de manhã, quando ele acorda e me chama para o tirar da cama, eu passo (discretamente) a mão pelo rabo dele para me certificar que não houve acidentes durante a noite (leia-se xi-xi). Achava eu que ele não dava conta da minha manobra...
Hoje, chamou-me de manhã e estava sentado na cama. Quando me cheguei, colocou a mão no lençol e disse "Está molhado!", com um ar triste e comprometido... A verdade é que quando coloquei a mão estava completamente seco. Ao ver a minha cara e o meu gesto começou-se a rir.
Puto espertinho!

O Noddy tem comichão

Ontem à noite o rapazito, depois do banho e de estar de pijama, coçava sem parar o fundo das costas. Não dei importância por causa das feridas deixadas pela varicela, mas ao fim de algum tempo perguntei-lhe o que tinha. E ele, que finalmente aprendeu a palavra, sai-se com o "tenho comichão". Fui espreitar para ver se o conseguia ajudar... Era a etiqueta das cuecas que o estava a incomodar. Puxei da tesoura e cortei-a. E o rapazote ficou aliviado da comichão.
Hoje de manhã, estava eu a preparar a água para a papa, quando ele grita da sala que o Noddy está com comichão. Sem perceber o que ele estava a dizer fui lá espreitar... Estava com um boneco do Noddy que tinha a etiqueta da lavagem na zona correspondente às cuecas. Ri-me! Então o Noddy também estava com comichão... Por insistência do minorca fui buscar a tesoura e acabei com o sofrimento do pobre Noddy que lá ficou na sua vidinha, esquecido em cima da mesa da sala de jantar enquanto nós viemos à nossa vida.

Viver a varicela

Desde domingo que as borbulhas entraram pela casa dentro. O rapazote tem varicela. Eu já andava a estranhar com tantos casos que têm aparecido na escola ele ainda não a ter levado para viver uns dias connosco. E agora a coisa deu-se, mesmo sem pedir licença.
Entrou por ali e impôs as suas regras. Quero medicamento de seis em seis horas e ainda um creme gordo para não dar "michão" (como se refere o minorca à famosa comichão)! Resultado: medicação às 8.30, 14.30, 20.30 e 2.30. Confesso que tenho antecipado um pouco a dose das 2.30... É que mais hora menos hora não deve fazer diferença... e na minha sanidade mental a diferença é gigante!
E o Zovirax está a marcar pontos. É que quando acabo de lhe dar os cinco ml que é suposto o rapazote diz sempre "quero mais!". Vai daí dou-lhe o Atarax que alivia a "michão".

Uma questão de hábitos

Ontem, depois de comer a sopa de alho francês e a massa com carne eu já dava a refeição por terminada. Mas o minorca saiu-se com a famosa "falta a frutinha mamã". Lá fui eu descascar duas peras (uma para cada) apesar de me apetecer desaparecer entre as almofadas do sofá.

Cadbury Dairy Milk

Para mim é o melhor chocolate do mundo. De leite, sem frutos, puro mesmo. Mas parece que o minorca também concorda. Em Fevereiro a minha irmã foi a Londres e trouxe-nos um Cadbury de meio quilo (sim, gosto mesmo!). E todas as noites, depois do jantar, depois da sopa, do prato e da fruta, lá vem o pedido "Quero o chocolate bom da Titi!". Quando se porta bem lá acedo ao seu pedido. Claro que aquele já acabou e tivémos que comprar mais (várias vezes). E no supermercado ao ver a característica embalagem roxa, diz-me "Olha mamã, o chocolate bom da Titi!".
Não haveria o rapaz de achar que este é o chocolate BOM... comparando com os que geralmente vendem destinados às crianças em forma de ovos da Páscoa e companhia...

A carica

Se dúvidas tivesse acerca de algumas das coisas que escrevo nos meus textos, ontem deixei de ter. A criação de "relações emocionais com as marcas" tantas vezes referida em textos de marketing dá de facto os seus frutos. E em tenra idade.
A criança de três anos vai ao jogo de futebol da Sagres (com o Figo, o Pauleta e o Rui Costa) que se realiza a 6 de Junho. Vibra com o jogo, com a animação, bate palmas e mais palmas. A 30 do mesmo mês vê uma carica de uma garrafa Sagres no chão. E diz "Mamã, eu fui ao futebol". Isto parece uma coisa sem importância nenhuma, mas na realidade não o é. Mostra que, de facto, as marcas que apostam em eventos que marcam as pessoas, neste caso um simples jogo de futebol, perduram na memória de quem os vive.
Para que fique registado durante o jogo a criança, o meu G., não viu nenhuma das duas pessoas que o acompanhavam beber cerveja. E, claro, ele também não bebeu!

É o Jorge!

8H30 da manhã. O pequeno-almoço a ser preparado. A famosa papa Cerelac. Na televisão, no intervalo das notícias da manhã, passam anúncios. Pontaria... e eu a querer ver as notícias. Às tantas ouço o G. dizer "Olha mamã, é o Jorge". Levanto os olhos para a televisão e vejo um anúncio do Millennium bcp. Um anúncio onde não aparece o Jorge Gabriel. Assustador. Aos três anos e uma semana o miúdo já associa o apresentador do concurso da noite (que ele me obriga a ver porque tem o Jorge) ao logotipo cor-de-rosa do Millennium bcp.

Viva o Santo António

Depois de uma noite de Santo António bem animada a mãe do G. vai buscá-lo a casa da Titi onde tinha ficado a dormir e leva-o para casa (na Graça). Onde na noite anterior se viam garrafas, latas e copos de plástico àquela hora da manhã já se viam poucos vestígios da quantidade de cerveja bebida na véspera. Ainda assim, ao descermos a nossa rua, deparamo-nos com o cartão que envolve os packs de seis cervejas. E o minorca aponta (ainda não ensinei que "não se aponta que é feio") e diz: "Olha mamã. Eu fui ao futebol." Mais uma vez era a sua cerveja de eleição: Sagres.

Sagres é futebol

Há quinze dias fui com o meu filho e com uma amiga ver o Sagres Street Footbal. Não sou especialmente fá de futebol, mas como tinha sido convidada pelo director de marketing da Central de Cervejas num encontro uns dias antes no El Corte Inglés lá fui arrastando a amiga e a criança.

Tratou-se de um jogo de futebol (parecia o casados contra solteiros) com a participação de Figo, Pauleta e Rui Costa. O jogo foi em Belém num dia que ameaçava chover, mas não choveu (durante o jogo). A poucos dias de fazer três anos o G. sentou-se na sua cadeira e batia palmas nas jogadas mais animadas.

No fim do jogo recolhemos à tenda vip onde a Sagres dava de beber e de comer aos seus convidados. Ao fim de um tempo por ali sentados fui buscar bebidas para os três. O G. não resistiu a ir atrás de mim. Ao chegar ao balcão sai-se com o famoso "não consigo ver, mamã". Toca de sentá-lo em cima do balcão enquanto a menina serve as bebidas e se derrete com a criança... Vai daí, saído não se sabe de onde, o G. diz, apontando para a máquia de tirar as imperiais que tinha o logotipo da Sagres: "Futebol, mamã. Eu fui ver."

E aqui começou a relação do G. com a Sagres. Ou seja, a Super Bock já está a perder pontos. Pelo menos com um dos futuros consumidores de cerveja do país.

Apenas mais um blogue?

É de noite e não tenho grande coisa para fazer. É sábado, o que significa que hoje ainda não escrevi. E eu gosto de escrever. Talvez isso explique a criação de mais um blogue na blogosfera. Ou então não. Na verdade penso nisso há uns dias e só hoje me dediquei à coisa. Devido à profissão e à área em que escrevo estou especialmente atenta à comunicação das marcas. E desde que tenho um filho à comunicação que é dirigida às crianças.
Aqui pretendo pensar (e escrever) sobre o ataque das marcas às crianças. As estratégias usadas e a reacção dos mais novos. O meu filho será a minha fonte de informação. Mas os primos também estarão debaixo de olho.